No Estatuto Editorial publicado no n.º 1 da III Série, o Diretor, Oliveira Moura escrevia:
1. O jornal ‘A Estrela
Oriental’, que recupera um antigo e honrado título que se publicou pela primeira vez em 1856 na Ribeira Grande, propõe-se seguir a conduta digna daquele jornal, de que se assume como herdeiro cultural;
2. ‘A Estrela Oriental’
procurará dar voz a uma cidade em desenvolvimento, participando activamente – pela informação, pela análise, pela divulgação, pela crítica e por outros modos de observar a realidade – na vida social, política, económica e cultural da Ribeira Grande, sem esquecer a sua história nem deixar de tentar intervir nas intenções ou acções que possam contribuir para um seu futuro melhor;
3. ‘A Estrela Oriental’ será
sempre um jornal rigorosamente apartidário, que respeitará a democracia e a liberdade de expressão, tanto de ordem política como cultural ou religiosa, não dando acolhimento a opiniões que, objectivamente, possam afrontar a dignidade de pessoas ou grupos sociais;
4. ‘A Estrela Oriental’
subscreve inteiramente os princípios constitutivos da Declaração dos Direitos Humanos;
5. ‘A Estrela Oriental’ será
de periodicidade mensal, escrito em português, com doze páginas e uma tiragem de 1000 (mil) exemplares, sendo a sua área geográfica de distribuição a das ilhas dos Açores e dos núcleos de emigrantes açorianos, sobretudo no Continente Americano.
No editorial do n.º 20, de janeiro de 2003, Oliveira Moura dava conta do "Canto do Cisne":
Duas vezes ressuscitada, A Estrela Oriental fina-se pela terceira vez. Exige-se um até já amável. E festivo. Como sucede entre os africanos de Madagáscar ou os afro-americanos de Nova Orleães. Este número 20 terá mais páginas, cobrirá mais assuntos e acomodará mais comparsas do que os anteriores.
Razões da III Série de A Estrela Oriental
A história do Grande Condé, atribuída também a Frederico II, o Grande, da Prússia, poderá ilustrar a nossa. Reza assim: ao visitar uma Cidade da Borgonha, Condé não terá sido recebido com a salva de vinte e um tiros, como era habitual. O chefe do regimento desculpou-se, dizendo que não o fizera por dezanove razões, começando a enumerá-las: 'Primeira, não temos pólvora...' O grande Condé interrompeu-o: 'Dispense as outras dezoito.' Assim terá sucedido à 'A Estrela Oriental': porque dos cooperantes restou um número que impossibilitou qualquer continuidade.
Gratidão
Por dois anos de alegre (a)ventura, agradeço a cooperantes, patrocinadores, colaboradores e leitores. Em momentos de obscura lucidez, cega-me a presunção de ter alcançado alguns dos objectivos desta empresa. Todavia, em outros de cristalina lucidez, presumo não ter concorrido em nada de essencial para o desenvolvimento da minha terra, além do desabafo para o futuro.
Três ideias à solta
Haverá um claro nexo entre a curvatura descendente da importância da Ribeira Grande no contexto da ilha de São Miguel e o encerramento, em 1934, do A Razão, último título de raiz ribeiragrandense. Como existirá uma nítida reciprocidade entre o arco ascendente da importância da Ribeira Grande e a fundação, em 1856, do A Estrela Oriental.
Tal como só uma Vila de Ribeira Grande forte fez um Concelho de Ribeira Grande forte, só uma Cidade forte fará um Concelho forte.
Se a Ribeira Grande ocupar no principal triângulo de desenvolvimento das ilhas, formado por ela, Ponta Delgada e Lagoa, um lugar autónomo e concorrencial, do facto beneficiarão ela, Ponta Delgada, a Ilha e a Região. Havendo nele duas Cidades, conforme o estipulado no Decreto Legislativo Regional, que ao elevar a Ribeira Grande a Cidade a constituiu como segundo pólo de desenvolvimento da Ilha de São Miguel, estas devem ser diferentes em suas diferenças, mas iguais em deveres e direitos.
Até Deus o entender.